sexta-feira, 22 de julho de 2011
O futebol sem glamour da Série C
RIO - O primeiro tempo está próximo do fim, quando, na arquibancada do estádio Teixeira de Castro, em Bonsucesso, um sujeito vence sua timidez e pergunta: "Quem é mesmo que está jogando?". O placar manual do estádio anuncia uma partida do Bonsucesso contra uma equipe visitante, mas é o Juventus do Rio que recebe o Carapebus. A partida realizada na tarde desta quinta-feira é válida pela semifinal da Série C do estadual do Rio de Janeiro e termina em 0 a 0.
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O jogo de volta acontece no domingo, em Carapebus. Na outra semifinal, o Goytacaz, em Campos, venceu o América de Três Rios por 2 a 1. O jogo de volta também será no domingo.
Os três primeiros colocados da competição garantirão uma vaga na segunda divisão, algo grandioso para os jogadores.
Todos, sem exceção, recebem um salário mínimo de R$ 545 e vale transporte. Do outro lado, o cenário é pior. Reunidos em novembro do ano passado em Carapebus, município de pouco mais de 13 mil habitantes no Norte Fluminense, para a disputa da Série C, o elenco descobriu em janeiro que o patrocínio prometido pela prefeitura não chegaria.
Reunidos em novembro do ano passado em Carapebus, município de pouco mais de 13 mil habitantes no Norte Fluminense, para a disputa da Série C, o elenco descobriu em janeiro que o patrocínio prometido pela prefeitura não chegaria.
- Quando soube, perguntei se a prefeitura poderia arcar com a taxa de inscrição, que é de cerca de R$ 15 mil. Eles disseram que sim e reuni o grupo para explicar a situação. Eles não receberiam nada e jogariam por esse sonho. Apenas dois ficaram balançados, mas ainda estão conosco - conta o técnico Luciano Lamóglia, que é ex-jogador que atuou como lateral-esquerdo no Goytacaz, Americano, Ferroviária de Araraquara e São Caetano e irmão do presidente do Carapebus. - Eles jogam por esse sonho que estamos muito perto de realizar. Só falta um passo, uma partida para chegarmos à segunda divisão.
Para manter o sonho, Lamóglia teve que pagar do próprio bolso taxas de arbitragem e outras despesas, que, por partida em casa, chegam a R$ 3 mil - a prefeitura têm ajudado nas últimas partidas. As contas o obrigaram a vender dois terrenos e ele calcula um prejuízo de mais de R$ 35 mil.
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